7.12.12

grata

Totalmente nocauteada com os últimos dias do ano anterior, 2012 chegou pra mim. Entre lágrimas e abraços, recebi o novo ano. Eu não tava de braços abertos, como de costume nos réveillons. Pelo contrário. Os novos dias encontraram meu corpo 
órfão, em posição fetal.


No décimo quarto dia do primeiro mês, meus 34 chegaram. Sem menor ânimo de sorrir para eles, Salvei minha Dor na capital baiana. E, em meio à carinhos, misturei o sal que escorria pelo rosto com o esboço dos primeiros sorrisos. Grata.


Em seguida Seattle levou Diogo por 30 dias. Enquanto ele gravava, a vida registrava coisas da alma em mim. Ele de camisa xadrez e eu num lance meio Kurt Cobain. Um momento que atravessei abraçada em uma amiga. “Uma” não. “A” amiga. Abraçada não. Ancorada. Carregada. Grata.


E depois veio páscoa, e doeu. Veio dia das mães, e doeu. E muito.... E assim, o tempo foi mostrando sua maestria. Seu tamanho. E com ele, ela também foi se revelando cada vez maior. Gigante, capaz de ensinar no silêncio. Abraçar em meio a nuvens. Me fazer abrir os olhos, quando quase que parecia impossível. Sim, abro os olhos e te vejo. Encontro marcado. Grata.


De volta a Porto Alegre, pintei azul, organizei o que deu, e “lutamos” como havia de ser. Afinal, o luto faz parte da vida. E a saudade é algo que nem sei definir. Essa saudade daqui, não bate com a de lá. É diferente. A daqui a gente mata. A outra - veja que ironia! - a morte eterniza... Mas uma hora, mesmo em meio à crises inesperadas de choro, tudo acalma. Que bom. Grata.


Há 2 dias atrás brinquei com João e Maria na beira do mar. Foi lindo! A água estava morna, a areia limpa e fofa. Era fim de tarde, e o sol parecia querer prolongar sua presença naquele momento. Eu conheço esse sol.. Corremos, gritamos pro horizonte, nos molhamos.. Sentimos os cheiros todos daquele lugar! Abraçados pelas montanhas, beijados pelo mar, aquecidos e iluminados pelo sol... Grata.



O Natal está aí. Talvez, não sei... “Tudo igual. Tudo diferente”. Acho que quero que passe... Mas para 2013, já abri meu coração. Por que é preciso, necessário? Tsc.. também. Mas principalmente porque faz bem. Me faz bem. Porque abrir o coração é permitir a chegada de coisas boas. Por isso, depois de quase 365 dias, a ordem para meu corpo é “espreguice-se”, pois o espírito já acordou!

Grata.

Nenhum comentário:

Postar um comentário